domingo, 3 de julho de 2011

A Peregrinação




Somos todos peregrinos a procura de Conhecimento nesse Reino chamado Terra, onde a plenitude de viver se encontra no Eixo do Mundo, na Eternidade, que não está em lugar nenhum, se não, em nós mesmos. Aqui e agora.

"Peregrino" significa estrangeiro. Somos os viajantes desse mundo onde brigamos com nosso próprio ego em busca da sensação de estar vivo, como num labirinto onde nos perdemos para poder encontrar a nós mesmos.

Durante 17 dias me tornei um peregrino em terras desconhecidas onde presenciei grandes histórias e as verdadeiras formas de felicidade, como também visitei novamente lugares já perdidos na minha memória aonde percebi a diferença entre o viver e o sobreviver. Pude finalmente contemplar o resultado de uma etapa vivida nessa Iniciação quando morri para um Eu e renasci para Outro, em que experiências de pouco mais de 3 anos equivaleram à uma enorme jornada já descrita na história por muitas e muitas pessoas, encontradas nas mitologias de todas as religiões.

Os mistérios da vida que estão contidos em nossa psique tornam-se cada vez mais desafiadores e interessantes de se viver e praticar. A vida deve ser como uma mitologia, uma história com significados. Na minha opinião os mais próximos das portas do Inferno são aqueles que nasceram e sobreviveram, que nada fizeram. Criar o próprio mundo e o próprio universo é entender as Leis que regem nossa existência. Parte delas a ciência ortodoxa conhece, a outra maior parte somente a lógica interna e experiência pessoal podem definir como verdadeiras (é como presenciar a Fé ao invés de ter uma Fé cega). Os fundamentos dessa lei se encontram na origem do nosso ser, no útero do Universo, que é o fruto perdido: o Conhecimento direto de Deus (o caminho de Daat na Árvore da Vida), cujo reflexo no nosso Universo físico é representado pela Lua. Não é à toa que a Lua regula os diversos fluxos biológicos da nossa criação: o útero, a menstruação e as contrações na formação do feto. O primeiro passo para o conhecimento do nosso interior, e por consequência o conhecimento fundamento do mundo que nos cerca, é a Disciplina aos desafios da vida, representado por Saturno na mitologia greco-romana que engole os próprios filhos. É a Morte e a Vida, representado pelo hieroglifo hebraico Tav. E tudo isso expresso no Arcano 21 do Tarot que liga o Reino da Terra ao Fundamento da Lua.

Abaixo um reflexo de como viver em Liberdade, um direito nos concedido no Jogo da Vida. Mas a Liberdade só nos é concedida com responsabilidade, e a responsabilidade é o Amor, por isso é dito que Amor é a Lei. E nada melhor para expressar o Amor, responsabilidade e liberdade do que um simples símbolo: gasho. Gasho é um gesto de comprimento cujas mãos estão unidas da maneira como nós ocidentais usamos para rezar. Mas gasho é mais, é um comprimento usado para saudar uma pessoa divinamente, reconhecendo o Deus que existe em todos nós. A Lei do Amor.


Gasho


"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muito menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!!"
Kim McMillen

Gasho.

Vitória da Conquista - BA
03-07-2011, sol em câncer, lua em leão.

Um comentário:

  1. Peregrinos que vivem buscando em todos os lugares menos dentro de si mesmos.

    Muito interessante, principalmente o texto final.

    Me faz lembrar o como é importante viver o presente, e como é difícil fazer isso, é muito mais fácil viver no mundinho que criamos, que imaginamos, lá tudo é como queremos. E também me faz lembrar que de nada adianta ter uma bagagem teórica gigantesca quando esquecemos de por todo aquele conhecimento em prática.

    Que saibamos viver. UGA!

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